Capitulo 8



Ve-lo com uma arma na mão me deu muito medo, a única coisa que consegui fazer foi recuar até sair dali.
- ... _ disse se aproximando de mim.
- não chega perto. _ eu disse vendo que ele estava cada vez mais próximo.
- por favor, fica calma. _ disse preocupado assim que viu que eu ia começar a chorar.
- LARGA ESSA MERDA DESSA ARMA. _ gritei totalmente apavorada vendo se aproximar de mim com a arma ainda na mão, percebeu e jogou a no chão.
- fica calma. _ sussurrou estendendo os braços em minha direção.
me abraçou com força na tentativa de me passar segurança, não retribui o abraço estava muito assustada, todo meu pesadelo voltou, todas as lembranças da morte de voltaram á tona. eu chorava compulsivamente em seus braços, deixando ainda mais confuso, ele não sabia da morte do meu irmão de sangue, ele nem sabia que eu havia tido um. chegou na cidade um ano depois de todo meu pesadelo, do pesadelo da minha família.
- me solta, por favor. _ pedi em soluços, me soltou de seus braços e ficou me olhando, como se quisesse me entender.
- ... me esculta. _ tentou falar, mas eu o interrompi.
- não, eu vou embora. _ eu disse pegando minhas coisas do chão e indo embora o deixando sozinho, peguei o elevador e deci.
Eu ainda estava apavorada de mais, não podia estar envolvido com a mesma coisa que meu irmão, podia?
Sai de lá correndo e peguei o primeiro taxi que eu vi, eu precisava sair dali.

( )

Fiquei parado um tempo ali na sala, tentando assimilando tudo o que aconteceu. Por que ela foi embora? Por que ela ficou tão apavorada? Ta sei, ela viu uma arma, mas mesmo assim não era para ela ter ficado tão assustada. Aconteceu alguma coisa que eu não sei?
- , ele deve saber de alguma coisa. _ eu disse pegando a arma do chão e corri até meu quarto.
Coloquei uma camiseta, o tênis, peguei nosso projeto (não ia dar mais um motivo para ela ficar um fera comigo), e deci até a garagem, peguei meu carro e sai cantando pneu. cheguei à escola e no mesmo segundo o sinal para a próxima aula bateu, procurei a Aline e dei a ela todo o nosso projeto.
- apresenta o nosso trabalho, ok? _ eu disse assim que a achei.
- mas... _ Aline tentou falar, mas eu sai correndo no mesmo minuto.
Sai correndo a procura de , logo o achei no maior amaço com .
- opa! desculpa atrapalhar os pombinhos, mas preciso falar com você. _ eu disse me aproximando deles.
- seu filha da mãe! a está louca atrás de você. _ disse assim que me viu.
- é por ela que eu preciso falar com você. _ eu disse de cabeça baixa.
- o que aconteceu? _ perguntou .
- nada, você pode vim comigo ? _ perguntei sem dar muita atenção pelo que perguntou.
- claro, posso sim, mas o que acontece? _ perguntou vindo em minha direção.
- calma que eu já te falo. _ respondi o guiando até o jardin. da escola.
Nos dois sentamos em um banco, pareceu preocupado, o que ele acha que aconteceu?
- o que aconteceu ? _ perguntou já visivelmente preocupado.
- a ela... _ não consegui falar sem lembrar dela chorando assustada.
- ela... _ incentivou .
- o que você fez? _ Instiu .
- eu não fiz nada, eu não tenho culpa, ok? _ respondi já nervoso.
- ...
- ela está brava comigo.
- o que você fez?
- eu não tenho culpa, ela entrou no meu quarto... Eu não tenho culpa que ela viu o que viu.
- o que ela viu? _ perguntou já temendo pelo pior.
- ela... ela viu a arma, ela... _ desabafei com lagrimas nos olhos.
- ah não , como você deixou que isso acontecesse?
- eu não tenho culpa, ela entrou no meu quarto derrepente.
- ela deve estar muito mal.
- ela saiu do meu apartamento apavorada, eu não entendo o por que.
- você não sabe não é?
- sabe do que?
- do irmão dela.
- que irmão? para mim ela só tinha você como irmão.
- não, ela tinha um.
- aonde você quer chegar ?
- , o verdadeiro irmão dela e meu melhor amigo...
- o que aconteceu com ele?
- ele morreu , ele morreu envolvido na mesma merda que você. _ respondeu visivelmente irritado.
- mas por que ela ficou tão assustada?
- você ainda pergunta ? ela e sua família sofreram muito, eu sofri também, mas não tanto quanto eles, demorou para ela retomar a sua vida. _ desabafou ele olhando para o céu.
- eu não tenho nada a ver com o irmão dela, não tenho nada a ver com a morte dele.
- eu sei , mas ela só não quer sofrer de novo, ela não quer passar pelas mesmas coisas que ela passou com o irmão.
me contou melhor toda aquela historia, só então eu entendi o porque dela ter ficado tão apavorada, eu me senti um mostro. ele foi me explicando tudo até que senti alguém atrás de nós, virei e vi ela de cabeça baixa, as mãos nos rostos e seu ombros mexiam de um modo que era fácil reconhecer que ela estava chorando. eu e nós levantamos no mesmo segundo, tentei me aproximar, mas ela recuou.
- não chega perto de mim. _ disse ela esticando os braços na tentativa de impedir minha aproximação.
- ... deixa eu me explicar. _ eu disse ainda na tentativa de me aproximar.
- NÃO, ACABOU , ACABOU. _ gritou ela irritada.
- ... por favor. _ eu disse esticando meu braço para tentar tocar seu rosto.
- SAI DAQUI , SAI DA MINHA FRENTE. _ gritou ela se desviando da minha mão, eu apenas assenti, e baixei a cabeça e sai andando, minha mãe também morreu eu sei o quanto é difícil, mas isso não ia ficar assim.
Enquanto eu saia do local pude ve-la correr para os braços de em prantos, isso me apertou o coração, não queria ve-la daquele jeito.

( )

Chorei nós braços de por um bom tempo, eu havia superado, eu estava quase me esquecido, quando derrepente a morte do meu irmão (morto em uma tentativa de assalto que eles e seus ''amigos'' tentaram fazer). Não estava sendo nada fácil para mim, sei que não tem culpa do meu sofrimento do passado, só não quero que ele tenha culpa do meu sofrimento do futuro (não que eu estive pensando em um futuro com ele), mas enfim...
- se acalma baixinha. _ disse fazendo carinho em meu cabelo.
- eu não quero isso para mim de novo . _ eu disse em soluços o abraçando com mais força.
- não vai ter baixinha. _ disse apoiando seu queixo em minha cabeça.
- vamos para casa? _ perguntei afrouxando o abraço para olhá-lo.
enxugou minhas lagrimas, beijou minha testa e disse:
- vamos, vamos para casa. _ disse me guiando até o carro.

Chegamos em casa, eu subi direto para o meu quarto sem dizer uma palavra, veio correndo atrás de mim, entrei no meu quarto e me joguei na cama, tirei os sapatos e me aconcheguei melhor até pegar no sono.
Escutei um barulho vir do andar de baixo, me virei na cama para tentar dormir de novo, mas o barulho continuou, bufei nervosa xingando de todos os xingamentos conhecidos pelo homem, me dei por vencida, sentei na cama e olhei pela janela e vi que já estava escuro, levantei e pude identificar o barulho, era de disculção.
- mas que porra...? _ falei indo até a porta do quarto sendo seguida por , que assim que abri a porta saiu correndo em disparada pela escada. Fui até a escada e vi e discutindo na sala, deci as escadas chamando a atenção deles.
- ... _ disse vindo em minha direção, minhas pernas não conseguiam se mover.
- , me escuta por favor. _ ele disse me segurando pelo braço.
- me solta. _ falei rouco, quase com um sussurro.
- não, me escuta.
- me solta.
- eu não vou te soltar até você me escutar.
- EU NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ, EU NÃO QUERO VER VOCÊ, VAI EMBORA! _ gritei subindo as escadas de volta para o meu quarto, pude ver de reflexo me acompanhar com os olhos com no colo.
- se quiser leve com você, talvez ele queira ouvir o que você tem a dizer. _ disse por fim, subindo os últimos degraus.

Cheguei no meu quarto e fui direto para o banheiro, tirei a roupa e entrei no chuveiro, deixando a água quente relaxar meu corpo. Fechei os olhos tentando me concentrar no banho, mas foi em vão, a imagem dos nossos primeiros beijos veio em meu pensamento, mas outra imagem me perturbou de imediato, a imagem do meu irmão sendo levado pelos médicos na ambulância do ILM, me fez desabar em lagrimas, fazendo com que eu deslizasse até o chão do Box.
Tempo depois, sai do banho, me enrolei em uma toalha, me enxuguei por completo, coloquei a roupa e pentiei o cabelo, sai do banheiro e me joguei na cama, fiquei vendo TV até bater na porta.
- ? _ chamou com a cabeça para dentro do quarto.
- entra . _ eu disse e em seguida o vi sentar ao meu lado.
- como você está? _ perguntou apreensivo.
- estou bem na medida do possível. _ respondi sorrindo sem humor. me abraçou de lado fazendo com que minha cabeça repousasse em seu ombro.
- o que quer fazer agora? _ perguntou ele fazendo carinho em meu cabelo.
- quero ficar o mais longe possível dele, não quero olhar para ele. _ respondi com um aperto no coração, isso era o certo a se fazer né?
- você sabia? Você sabia sobre ele...? _ perguntei olhando em seus olhos, assentiu e em seguida abaixou o olhar.
- por que não me contou?
- adiantaria alguma coisa? eu sei melhor que ninguém que você só acreditaria vendo.
- mas... _ tentei dizer, mas ele me interrompeu.
- e outra, como eu contaria a você? Olha o é envolvido com armas e tals... Não faria sentido _ me olhou serio, ele tinha razão, não ia haver nenhum sentido.
- por que ele se envolveu com isso? _ perguntei olhando para minhas mãos.
- ele já estava envolvido com isso antes mesmo de conhecer a gente.
- mas por quê?
- depois que a mãe dele morreu, ele ficou sem chão, e seu pai, não liga para ele, o pai dele não estava lá quando ele mais precisou, e se envolver com isso foi uma forma de distração que ele achou para fugir de suas frustrações.
- nossa.
- , eu vou para a casa da . você vai ficar bem? _ perguntou se dirigindo a porta do quarto.
- pode ir, eu vou ficar bem. _ respondi me arrumando na cama.
- então eu estou indo, ok?
- ok.
saiu do meu quarto e eu logo voltei minha atenção para a TV e assim fiquei até o final da noite.

me guiava pelos corredores da escola, agradeci mentalmente por ele estar segurando o meu braço pois se não tivesse eu não conseguiria andar, nem dar um passo se quer. Olhei para que sorriu, sorri de volta e olhei para frente, mas logo meu sorriso desapareceu assim que vi a imagem de se aproximar com alguns amigos, ele olhava para mim sem prestar a mínima atenção ao que seu amigo dizia, minhas pernas não responderam mais, meu coração acelerou de forma descontrolada, entrei em pânico, me soltei de correndo para fora do colégio em direção ao jardim, eu precisava ficar o mais longe possível dele.

Senti dois braços radiarem a minha cintura e me puxar de forma bruta e logo depois me impressar em uma arvore, eu queria gritar, eu queria correr, mas meu corpo não respondia meus comandos, quando olhei aqueles dois olhos castanhos viciantes me encarando de uma forma diferente, algo que eu não havia visto antes.
- ...
- me larga, por favor. _ eu disse com a voz rouca.
- me esculta, eu não queria que você visse, me desculpa.
- , pelo amor de deus me solta. _ minha respiração estava falha, não sei se era de medo ou da aproximidade do seu rosto do meu.
- diz que me perdoa.
- você não fez nada para ser perdoado.
- diz...
- me solta. _ vi seu rosto chegar mais perto dos meus e seus olhos fecharem lentamente e por impulso fiz o mesmo, e logo a imagem do meu irmão apontando uma arma para mim me veio a cabeça, o empurrei e sai correndo.
- ... _ sussurrou ele com seu rosto se aproximo do meu de novo, ele passou a mão pelo meu rosto e eu senti um choque seguir por toda a minha espinha, arrepiando cada pelo do meu corpo. Fechei os olhos sentido seu toque e logo sua respiração bateu em meu rosto, senti seu nariz roçar no meu e depois passar pela minha bochecha a fim de me provocar, coloquei minha mão em seu rosto o puxando começando um beijo, senti seus braços abraçarem a minha cintura com força, nosso beijo ficou mais intensos assim que senti minhas costas baterem no tronco da árvore. Era incrível o poder que ele havia ganhado sobre mim, me fazendo render aos seus encantos em um piscar de olhos.

Depois de um dia tedioso de aula voltei para casa, sentido falta de uma coisinha de olhos azuis, sim , onde ele estava? então lembrei que havia o levado, me joguei no sofá totalmente esgotada sentido meus olhos pesarem em questão de segundos.

Acordei tempo depois com alguém batendo na porta, bufei irritada, eu odeio ser acordada. Levantei e fui até a porta, abri e o vi com no colo.
- vim trazer o de volta, ele gosta de mim, mas... Não vive sem você. _ disse estendo que estava eufórico.
- obrigado! _ agradeci pegando no colo.
- tudo bem meu bebe? Como passou a noite sem mim? _ perguntei ao com a voz afetada o vendo lamber minha mão.
- esse carinha te ama. _ disse assistindo a cena com um sorriso no rosto.
- eu também amo essa coisinha fofa. _ respondi enquanto brincava de morder com minha mão.
- obrigada por trazê-lo. _ agradeci novamente colocando no chão, que logo correu para sua caminha improvisada.
- de nada, mas eu não vim aqui só pra isso. _ disse dando um passo em minha direção.
- ... Por favor! _ eu disse já entendo o que ele queria.
- deixa eu me explicar? _ perguntou ele dando mais um passo em minha direção.
- não precisa, já me contou tudo. _ respondi dando um passo para traz.
- então se você já sabe de tudo, por que tanto medo? _ perguntou me segurando pelo braço.
- eu não tenho medo. _ respondi apavorada, me olhava de um jeito indecifrável que me deu medo, eu sairia correndo se minhas pernas deixassem.
- olha o seu estado. _ disse ele entre os dentes percebendo o meu pavor.
- ... Por favor, me solta. _ pedi tentando soltar meu braço de suas mãos.
- só me explica o por que. _ pediu soltando o meu braço.
- você me faz lembrar dele, seu caso com armas me faz lembrar ele. _ desabafei caindo em lagrimas, me abraçou forte e disse:
- nós não somos a mesma pessoa, eu nunca faria nada para te machucar. _ disse fazendo carinho em minha bochecha, depois me deu um beijo na testa.
- o problema não é me machucar, é si machucar, eu não quero que você se machuque assim como ele. _ eu disse ainda em prantos.
- eu não vou. _ respondeu ele me dando um beijo na bochecha.
- quem garante?
- eu garanto. _ respondeu ele me dando um selinho.
- vai embora, por favor. _ pedi desfazendo o abraço, assentiu me deu mais um beijo na testa e saiu sem dizer nada.

Ao ouvir a porta da sala bater, cai em lagrimas novamente, sentei na escada e pensei, sei que foi apenas um menino que se envolveu com coisa errada para tentar fugir da realidade, mas ... ele não precisava disso, ele tinha tudo, ele tinha meus pais, ele tinha a mim, ele tinha... tudo.
Levantei da escada assim que ouvi a porta se abrir, , , e , entraram rindo e brincando parecendo crianças, enxuguei minhas lagrimas e sorri na tentativa de esconder o que eu estava fazendo .
- oi . _ disse correndo em minha direção me abraçando.
- oi amiga. _ eu disse retribuindo o abraço.
- o que estava fazendo aqui na escada? _ perguntou desconfiado.
- na... Nada, tava só aqui. _ respondi me engrolando nas minhas próprias palavras.
- por que está com essa cara de choro? _ perguntou .
- eu? Cara de choro? Que isso, é o pó da escada. _ dei a pior desculpa do mundo.
- mente mal em . _ com um sorriso de lado, assenti e olhei pro chão, por que eu nunca consigo mentir para os meus amigos?
- enfim... se arruma. _ disse mudando de assunto.
- me arrumar? pra que? _ perguntei confusa.
- vamos a uma festa. _ respondeu ela eufórica.
Continua...
Eai o que achou deste capitulo?
Está curiosa para saber o que vai rolar no próximo capitulo? é eu também
Espere o próximo capitulo e vera... kkkk!
Me segue lá no twitter lá vou avisar quando tiver um capitulo novo. ♥
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kiss kiss for you ♥
Até a proxima
bye!♥

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