Capitulo 10



Acordei com meu pé ardendo de baixo da coberta, me levantei com calma e vi que estava sozinha no quarto.

- pé maldito. _ reclamei sentindo meu pé doer a cada movimento que eu fazia até o guarda-roupa.

Abri o guarda-roupa, peguei uma roupa qualquer, tirei o vestido que eu ainda usava me troquei e fui mancando até a porta do quarto. Abri a porta em silencio, olhei para todos os lados do corredor vazio e sai do quarto, no caminho acabei esbarrando em algo no caminho que ao cair no chão fez um barulhão, olhei para a direção do quarto do e suspirei aliviada. Quando coloquei o pé no primeiro degrau da escada, senti um braço envolver minha cintura com força me tirando do chão, choraminguei frustrada...

- onde você pensou que ia? _ perguntou me carregando de volta para o quarto.
- eu ia descer pra comer. _ respondi cruzando os braços irritada.
- mas não vai mesmo. _ disse ele me colocando de volta na cama.
- mas ... Eu estou com fome. _ eu disse fazendo bico.
- você não vai sair daqui sem a bota. _ disse ele pegando a mesma no canto do quarto.
- eu não gosto dessa bota idiota. _ eu disse me escondendo de baixo do edredom.
- não interessa se você gosta ou não, você tem que usar. _ disse ele puxando o edredom me descobrindo.
- mas...
- sem ‘mas’ , você vai ficar aqui e vai por essa bota. _ disse ele sentando ao meu lado com a bota na mão.
- ...
- nada, pode colocando essa bota direitinho. _ disse ele me ajudando a colocar a mesma no pé.
- eu não gosto de usar isso. _ eu disse fazendo birra, riu da cena e disse:
- baixinha é só por alguns dias, você vai poder tirá-la logo, eu prometo. _ disse acabando de fechar a bota no meu pé.
- tem certeza? _ perguntei manhosa.
- claro você não ouviu meu pai? Você vai ficar boa logo, mas só se ficar com a bota. _ respondeu ele colocando minhas pernas em seu colo.

Fiquei em silencio por algum tempo pensando em tudo que aconteceu na noite passada, mais uma vez quis tocá-lo, mas assim como na noite passada em seu carro lembrei que EU tinha acabado tudo. pareceu ler meus pensamentos já que levantou da cama num pulo, olhei para ele um pouco assustada, ele olhou para o chão e disse:

- é... er... Eu vou arrumar as coisas lá no quarto do , daqui a pouco ele deve estar chegando. _ disse indo de costas até a porta, assenti e o vi passar pela mesma fechando-a em seguida.


()

Fechei a porta do seu quarto, ouvindo-a bufar, fiquei segurando a maçaneta por alguns segundos pensando em voltar, quando finalmente decidi, ouvi a voz de ecoar pela casa, bufei irritado e andei até o quarto de , recolhi meu tênis, minha jaqueta e sai pronto para descer as escadas.

- ? O que esta fazendo aqui? _ perguntou subindo as escadas em minha direção.
- eu dormi aqui essa noite, não podia deixá-la sozinha. _ respondi desviando dele para continuar descendo.
- como ela está? _ perguntou ele olhando para traz.
- esta com dor no pé, mas esta bem. _ respondi sem olhá-lo.
Já estava com a mão na maçaneta, pronto para sair da casa, quando me chama.
- ... _ chamou ainda parado na escada.
- hum? _ olhei em sua direção ainda com a mão na maçaneta.
- obrigado por cuidar dela. _ agradeceu ele num tom calmo.
- foi nada cara. _ eu disse e abri a porta, quando já estava com o corpo quase todo para fora, pergunta:
- você vai voltar aqui hoje?
- não sei cara, acho que não, ela não precisa mais de mim. _ respondi e sai fechando a porta atrás de mim.
Andei até o carro descalço, abri a porta do banco traseiro e joguei minhas coisas, fechei a porta e olhei em direção a sua janela, vendo-a parada lá me olhando, sorri fraco vendo-a retribuir o sorriso.


()

Retribui o sorri, em seguida o vi entrando no carro, segundos depois saindo do meu campo de visão, fiquei ainda um tempo olhando pela janela até ouvir a porta quarto abrir.

- baixinha?... posso saber o que senhorita está fazendo de pé? _ perguntou parando ao meu lado.
- ah... É... Eu... Estava vendo como estava o dia lá fora. _ menti.
- hum... sei, pode voltando pra cama mocinha. _ disse desconfiado.

Voltei para a cama bufando, sentou nos meus pés e ficou me olhando como se quisesse me entender.

- o que foi? _ perguntei vendo que ele não tirava os olhos de mim.
- nada, só estou tentando entender. _ respondeu ainda me encarando.
- entender o que? _ perguntei intrigada.
- quero tentar entender você e o , qual é a de vocês? _ perguntou com uma das sobrancelhas levantada.
- não estou entendendo. _ eu disse cruzando os braços.
- estou tentando entender... Pensa comigo, uma hora vocês estão ficando parecendo um casal perfeito, derrepente vocês começam a brigar que nem cão e gato, brigam na festa e depois ele sai pela mesma com você no colo, te leva para o hospital, dorme aqui e depois vai embora com a maior cara de poucos amigos, eu não entendo vocês... _ desabafou ele.
- se eu mesma não entendo imagina você, por mais que eu queira não consigo de jeito nenhum entender. _ eu disse rindo da minha própria desgraça.
- pois é... _ disse distraído.
- eai manquinha. _ disse entrando derrepente no quarto.
- manquinha uma pinóia menina. _ eu disse fingindo estar brava, recebendo um abraço em seguida.
- o que faz aqui menina? _ perguntei vendo-a abraçar o pescoço do por trás.
- eu e o pessoal decidimos passar o dia aqui, já que você não pode sair. _ respondeu ela sorrindo.
- pessoal?
- é nós, e , e . _ respondeu , suspirei desapontada vendo que o nome DELE não estava incluído, fingi um sorriso me distraído em seguida.

Só voltei minha atenção para o quarto quando senti uma pequena coisinha pular em minha cama e começar a lamber minha mão, olhei para baixo e vi todo pintado de rosa e cheio de glitter, sorri imaginando o que deve ter acontecido com ele.

- ? _ rosa (a empregada da casa) me chama.
- oi rosa. _ eu disse ainda sorrindo.
- vim aqui pedir desculpas pelo acontecido com o , minhas filhas estavam fazendo trabalho de escola e ele saiu correndo no meio de tudo, fazendo a maior bagunça. _ rosa explicou rindo ao lembrar-se da cena, ri com ela imaginando como aconteceu.
- tudo bem rosa, fica tranqüila... E obrigado por cuidar dele. _ eu disse e sorri agradecida.
- bom, eu preciso ir, minhas filhas tem um fera cultural agora. _ rosa disse quase saindo do quarto.
- ok rosa e obrigado de novo. _ agradeci novamente, ela sorriu simpática e saiu do quarto.
- meu deus , você esta rosa. _ disse o pegando no colo.
- aff vamos lavar esse cachorro antes que a tinta rosa comece a interferir nas suas reações. _ disse serio fazendo eu e gargalhar.
- depois agente da banho nele, por que quem vai tomar banho sou eu. _ eu disse tirando a bota do pé.
- ta, agente te espera lá na sala, para começarmos a ver os filmes, ok? _ perguntou puxando para fora do quarto assenti e entrei no banheiro em seguida.

Deci para a sala quando acabei de tomar banho e me arrumar. e estavam deitados em um sofá, e estavam deitados no tapete junto com e , cumprimentei todos e fui até a caminha do pega-lo, me aproximei e vi a jaqueta do (que ele havia emprestado quando adotamos o ) jogada ali dentro, sorri lembrando do dia perfeito que foi aquele.

- vem logo, vai começar o filme. _ chamou assim que os trailers começaram a passar, assenti e corri para sentar no sofá, ''Cada um tem a gemia que merecesse'' já havia começado, estávamos rindo adoidado, já estava com dor na barriga de tanto rir.

Eu ria às vezes, mas na verdade eu estava perdida nas lembranças de quando fazíamos esses programas e sempre estava junto, mais brigávamos do que víamos o filme, mas ele estava aqui.

Outro filme começou e eu já estava dormindo, às vezes ouvia risadas, estalos de beijos, mas nada que conseguisse me tirar do sono, a única coisa que realmente conseguiu me acordar foi a dor no pé.

- o que foi ? _ perguntou baixinho vendo minha cara de dor.
- meu pé esta doendo. _ eu disse fazendo cara feia.
- quer deitar lá no seu quarto ? _ perguntou saindo do colo de .
- acho que é melhor, quero sim. _ eu disse em seguida e levantaram para me ajudar.
Cheguei ao meu quarto com a ajuda deles, sentei na cama e correu para pegar aquela maldita bota.
- ai que saco, lá vem vocês com essa coisa. _ eu disse cruzando os braços irritada.
- ei é só por um tempo. _ disse e imediatamente me veio a mente o que havia me falado mais sedo.
Quando eles saíram do meu quarto me aconcheguei mais na cama sentando em cima do meu celular, o peguei e vi que tinha uma mensagem de voz.

- hey baixinha, aqui é o ... er... Liguei para falar com você, mas você não atende, deve estar ocupada, então vou falar aqui mesmo, eu... er...eu queria te pedir... Desculpas pelo que fiz ontem, eu não queria falar nada daquilo pra você... _ paralisei quando ouvi sua voz, o que ele estava fazendo?
-... Eu sabia que ia me arrepender, eu tinha certeza, é isso que eu ando fazendo ultimamente... Me arrependendo, mas uma coisa que nunca vou me arrepender é ter estado com você... _ ouvia cada palavra sua atentamente, eu estava curiosa para saber aonde isso ia dar, talvez eu tivesse desconfiada, pelo fato de nunca se arrepender e muito menos ter a capacidade de pedir desculpas. Desliguei o celular assim que a mensagem acabou, fiquei deitada ainda pensando na mensagem, queria ligar para ele, mas não tenho coragem e nem tenho o que dizer.

Já eram duas da manhã e nada de sono, tudo por culpa desse pé maldito, respirei fundo e lembrei o que e me disseram mais cedo, minha sorte que ''amanhã'' era sábado, eu ia poder dormir até tarde.


()

Já eram duas da manhã e nada do meu sono chegar, o que eu queria mesmo era ir até a casa dela, o que eu quero é estar ao lado dela agora, mas eu não sei se ela quer falar comigo, ela nem me atendeu hoje à tarde... Aff! Com quem eu aprendi a ser tão gay?

Fui tirado dos meus pensamentos assim que ouvi meu celular tocar ao meu lado, sorri com a possibilidade de ser ela, mas não era.

- o que você quer Bryan? _ atendi descontente.
- eai cara é assim que você atende os amigos?
- fala logo o que você quer cara? _ bufei irritado.
- quero que você pegue seu brinquedinho e venha aqui em casa. _ Bryan disse se referindo a arma.
- cara, foi mal, mas eu não vou.
- vai sim.
- vou não.
- você não quer vim por causa da sua namoradinha?_ Bryan perguntou se referindo a , mas ela não é minha namorada.
- ela não é minha namorada porra.
- calma cara não precisa ficar bravo.
- eu não estou bravo, e eu não vou para sua casa. _ eu disse e desliguei, não estava mais com paciência.
- chega não agüento mais ficar aqui. _ falei sozinho saindo do meu apartamento.


()

Eu ainda estava acordada olhando para o teto ouvindo musicas no ipod, virei para o lado e fiquei olhando para a janela. Quando eu estava quase pegando no nosso, senti o lado vazio da minha cama afundar, virei assustada e o vi sentado ao meu lado sorrindo.

- ? O que faz aqui essa hora? _ perguntei me sentando na cama.
- eu não queria ficar sozinho lá em casa, passei no quarto do e não tinha ninguém então vim aqui. _ explicou ele sorrindo como se fosse algo muito obvio.
- você é louco? _ perguntei rindo, esse garoto só pode estar drogado.
- não, eu não estou louco e nem drogado caso você queira saber. _ respondeu ele serio.
- ... _ disse ao meio de um suspiro e voltei a deitar.

- posso dormir aqui com você? _ perguntou ele deitando ao meu lado como se fosse uma criança. Suspirei cansada e assenti, não ia conseguir dizer não a ele, levantou foi até a poltrona, tirou o tênis e o cinto, abriu a porta do quarto deixando o furacãozinho cinza entrar, o pegou no colo e voltou a deitar ao meu lado, mas agora debaixo do edredom. Sorri com a cara dele assim que viu todo rosa.

- não vou nem perguntar o que aconteceu com ele, ok?
- é melhor mesmo.
- o que aconteceu com o meu cachorro? _ perguntou vendo deitar em nosso meio.
- seu cachorro? Que eu saiba você o pegou para mim.
- mas eu pensei... Que agente fosse tipo o pai e a mãe dele.
- pensou errado... _ eu disse e virei para o outro lado da cama sentindo seu olhar sobre mim. - ok, ok você venceu. _ disse ele virando para o mesmo lado que eu.
- eu sempre venço._ eu disse sorrindo com a minha pretensão.
- boa noite baixinha. _ disse ele ao pé do meu ouvido me fazendo arrepiar em seguida me deu um leve beijo na bochecha.
- boa noite. _ respondi sentindo sua respiração bater no meu pescoço. Virei para o lado dele vendo seu rosto próximo ao meu, não sei se por impulso ou por puro sono fechei meus olhos sentindo seu toque em minha bochecha.
- pequena?
- hum? _ abri os olhos para olhá-lo.
- o que você vai fazer amanhã? _ perguntou ele olhando nos meus olhos.
- não sei, por quê? _ perguntei curiosa, o que ele esta planejando?
- sai comigo amanhã? _ perguntou ele sorrindo.
- o que? _ fiquei totalmente surpresa com seu convite.
- sai comigo hoje? _ ele repetiu a pergunta olhando no relógio atrás de si.
- er... eu... não sei o que responder. _ gaguejei procurando palavras para respondê-lo.
- você pode responder que sim. _ disse ele sorrindo.
- e se eu não quiser responder isso?
- se você não quiser é por que você não me quer por perto. _ respondeu levantando da cama, ri com a cena e o puxei de volta pela camiseta.
- não, eu saio com você amanhã... Hoje. _ eu disse sorrindo o vendo deitar novamente ao meu lado.
- otimo, tenho uma ótima idéia para onde vou te levar. _ disse ele olhando para o teto, sorri e me aconcheguei no travesseiro.
- boa noite . _ eu disse e apaguei a luz.

Acordei com a luz do sol batendo em meu rosto, pisquei forte umas três vezes até me acostumar com a claridade, virei para o lado e vi que estava vazio, me levantei o corpo toda desajeitada e dei uma geral no quarto que também estava vazio, me espreguicei até o lugar que antes era ocupado por e peguei meu celular que estava em cima do criado mudo, olhei as horas e vi que havia uma mensagem.

‘’ Bom dia pequena! ou será que é boa tarde?
Obrigado por me deixar passar a noite com você e se ainda quiser sair te pego as 17:00, ok? ‘’

Sorri espontaneamente só de lembrar que ele dormiu comigo aqui, sorri só de pensar que não passei a noite sozinha, olhei novamente as horas e já eram 11:00 da manhã, me espreguicei e levantei indo direto para o banheiro tomar banho. Fiquei pensando aonde ele me levaria hoje, no nosso primeiro encontro ele me levou em uma vista linda das montanhas e agora?

Sai do chuveiro e olhei para aquela bota maldita, bufei irritada, serio que eu vou ter que usar ela hoje?

Fui até o guarda-roupa e fiquei parada uns dez minutos pensando que roupa eu usaria, mais uma vez eu não sabia aonde ele iria me levar automaticamente não sabia que roupa usar. Depois de mais de meia hora escolhi uma roupa legal, mas como ainda estava cedo vesti um shorts e uma blusinha qualquer, peguei no colo e fui em direção ao quarto dos meus pais.

- vou dar banho em você na banheira mocinho. _ eu disse entrando no banheiro dos meus pais.

Liguei a banheira, preparei a água e comecei a dar banho nele, não parava quieto, era seu primeiro banho, ele estava acostumado.

De longe ouvi meu celular tocar, abri a porta do banheiro, conseguiu pular da banheira e saiu correndo todo molhado.

- volta aqui. _ gritei saindo correndo, acabei escorregando no meio do corredor, levantei assim que ouvi meu celular tocar pela segunda vez.

- a... alô! _ atendi ofegante assim que cheguei ao quarto.
- alô! ? Tudo bem? _ perguntou rindo.
- tudo sim... Ufa! _ respondi sentando na cama.
- parece estar cansada, o que você estava fazendo?
- estava dando banho no , mas ai eu vim atender ao telefone, ele saiu correndo todo molhado, ai eu sai correndo atrás dele, cai no corredor, mas cheguei. _ expliquei rindo da minha própria desgraça.
- você caiu? _ perguntou ela preocupada.
- cai, mas não foi nada eu estou bem. _ respondi com firmeza, eu realmente estava bem
- mesmo? _ perguntou desconfiada.
- mesmo, serio... Estou bem. _ respondi sorrindo, tola! Como se ela pudesse ver.
- então tudo bem, eu acredito em você, o que vai fazer hoje?
- eu vou sai. _ respondi rindo só de lembrar que sairia com o .
- vai pra onde? _ perguntou ela curiosa.
- na verdade eu não sei. _ respondi rindo.
- como assim não sabe?... Ah para, não vai me dizer que você vai sair com o ? _ disse eufórica.
- Yes, vou sair com ele sim.
- aw! Que lindos vocês voltaram?
- não! _ respondi rapidamente.
- não? _ perguntou confusa.
- não sei. _ respondi passando a mão nos cabelos confusa.
- se decida menina. _ gritou impaciente me fazendo rir.
- eu não sei ok?
- hum... ta toda confusa, o negocio ta ficando serio mesmo.
- cala boca , cadê seu namorado pra te manter ocupada?
- ele viajou para uma cidade vizinha com os pais, só volta amanhã.
- ah que pena, vou ter que desligar o esta correndo por toda casa molhando tudo. _ disse vendo-o passar pela porta do meu quarto deixando uma poça por onde passava.
- ok amiga, depois eu quero saber como foi seu encontro com o , ta?
- ta curiosa, depois eu te conto, beijos!
- beijos. _ disse depois desligou.

Corri pela casa ainda atrás do , quando consegui pega-lo o levei novamente para o banheiro para terminar seu banho, depois de uns vinte minutos consegui terminar de dar banho nele.

- pronto esta limpinho agora. _ disse enquanto o secava.
- por que a casa está toda molhada? _ perguntou parando na porta do banheiro.
- eu estava dando banho no . _ respondi sorrindo.
- e o que isso tem a ver com a casa estar molhada?
- é que eu fui atender ao telefone e o saiu da banheira todo molhado e começou a correr pela casa. _ respondi rindo.
- atá, pensei que eu teria que chamar um encanador. _ disse aliviado.
- não precisa. _ eu disse saindo do banheiro com no colo.
- dormiu alguém aqui com você hoje? _ perguntou me seguindo até meu quarto.
- comigo? Hoje? _ perguntei dando uma de desentendida enquanto pegava o secador de cabelo no meu banheiro.
- sim, dormiu alguém aqui? _ instiu ele sentando em minha cama.
- não, por que você está perguntando isso? _ menti na cara dura ligando o secador na tomada.
- eu ouvi você conversando com alguém hoje de madrugada. _ explicou se deitando em minha cama.
- você deve ter ouvido a TV . _ menti novamente pegando no colo.
- não minta pra mim, a voz era conhecida, o dormiu com você aqui não foi?
- quem? O ? Não lógico que não. _ menti de novo, eu não podia dizer que ele dormiu aqui.
- aonde foi que você aprendeu a mentir tão mal? Eu sei que ele dormiu aqui. _ disse irritado.
- dormiu no seu quarto ontem quando machuquei o pé. _ continuei mentindo, eu ia dizer o que? Que o dormiu aqui porque não queria ficar sozinho? Não! não mesmo.
- não, ele dormiu aqui hoje. _ continuou instinto.
- ta, ele dormiu aqui sim. _ gritei irritada.
- custava me contar?
- contar o que ? Que ele veio aqui por que não queria ficar sozinho na casa dele? _ desabafei totalmente irritada, odeio ser pressionada.
- como é? O não queria dormir sozinho? Estava com medo do que? Do bicho papão? _ brincou me deixando ainda mais brava.
- não sei , ele só não queria ficar sozinho, ai veio aqui procurar você, mas você não estava então ele veio aqui. _ expliquei sentando ao seu lado.
- ele veio me procurar de madrugada?
- veio.
- uhum! _ disse ele desconfiado.
- deixa pra lá vai, eu vou sair. _ disse indo para a porta do quarto.
- vai pra casa da de novo, os pais dela não brigam não?
- eu não vou à casa da , vou à casa do .
- então ta. _ disse e dei de ombros.
- beijos baixinha. _ disse voltando até a cama e me dando um beijo na testa.
- beijos .

Já eram 16:00 quando comecei a me arrumar, olhei pela janela para ver como estava o tempo, fui para o chuveiro e tomei um banho rápido, me ARRUMEI, olhei no relógio e já era 16:50, terminei de me maquiar e minutos depois ouvi alguém bater na porta.
- ué! Quem será? _ estranhei, quem estaria batendo na minha porta agora?
Deci as escadas e abri a porta me surpreendendo.
- ? _ eu disse assim que abri a porta, ele estava de cabeça baixa, mas assim que me viu sorriu.
- oi, está pronta? _ disse ele assim que me viu.
- estou sim, só vou pegar minas coisas. _ respondi subindo as escadas.
- vamos? _ perguntei assim que deci as escadas.
- vamos. _ respondeu com desanimo.
- ? Ta tudo bem? _ perguntei preocupada.
- ta sim, é que... _ deu uma pausa me deixando mais preocupada.
- é que...? _ o incentivei a falar.
- estou sem carro, ele quebrou ontem. _ disse sorrindo fraco.
- e o que isso tem a ver com o seu desanimo? _ perguntei não entendendo o porquê de ele estar tão pra baixo.
- é que não vai dar para eu te levar aonde eu queria. _ respondeu ainda mais triste.
- ah! , não fica assim agente pode ver outro lugar. _ eu disse sorrindo, levantando seu rosto.
- eu estou sem idéia agora. _ respondeu pegando na minha mãe que estava em seu rosto.
- o que acha se nós formos a um fast-food? Estou louca para comer batata frita. _ perguntei o puxando para fora de casa.
- se você quiser. _ respondeu ele fechando a porta atrás de si.
- eu quero. _ respondi sorrindo como se fosse uma criança.
- então vamos a uma lanchonete perto da minha casa, a batata frita de lá é a melhor. _ disse ele andando ao meu lado.

Pegamos um taxi e fomos até a tal lanchonete que era até bem aconchegante.

- humm! A batata daqui é muito boa. _ eu disse me deliciando com aquela batata.
- eu disse que era boa. _ respondeu sorrindo.

Ficamos um tempão conversando, parecíamos dois amigos, eu estava adorando isso.

- o ficou me interrogando hoje. _ comentei acabando de tomar meu milk-shake.
- aé? O que ele perguntou?
- primeiro ele perguntou quem dormiu hoje comigo, depois perguntou se você é quem havia dormido lá.
- hum... _ disse ele rindo. Não tem graça não meu filho, não tem nada de engraçado em ser interrogada pelo seu amigo/irmão.
- ai depois de ele encher muito meu saco eu acabei confessando que você dormiu lá.
- ele deve ter falado “que é? Virou festa seu quarto agora? Que a vem dormir todo dia”. _ brincou imitando a voz do me fazendo gargalha.
- é bom ouvir sua gargalha de novo baixinha. _ disse e em seguida passou as costas da mão em minha bochecha me fazendo corar. saiu do seu lugar, sentou ao meu lado, passou seu braço pelos meus ombros fazendo com que eu me aproximasse dele e me deu um selinho depois mordeu minha bochecha.
- hey! _ reclamei passando minha mão aonde ele havia mordido.
- você não tem medo de morrer não cara? _ perguntei emburrada, sua mordida estava doendo.
- quem vai me matar? _ perguntou em tom de deboche.
- eu. _ respondi seria.
- você? _ perguntou rindo.
- sim, está duvidando?
- não imagina. _ respondeu irônico. O olhei por alguns segundos.
- corre... _ disse com um olhar maligno.
- que? _ perguntou ele sem entender.
- eu disse corre. _ eu disse e em menos de um minuto eu estava correndo atrás dele pelo estacionamento da lanchonete.
- você é louca menina. _ gritou ofegante enquanto corria.
- e você é um idiota. _ gritei enquanto corríamos para fora do estacionamento.

já havia pagado a conta e eu não havia levado nada mais quero meu celular facilitando assim minha locomoção atrás dele. Só paramos de correr quando chegamos a frente a uma viela escura, olhei para dentro da mesma e estremeci involuntariamente, parei ao lado do que me abraçou pela cintura assim que viu dois homens saindo da tal viela, andamos mais rápidos assim que vimos que estávamos sendo seguidos.

- estou ficando com medo. _ eu disse baixinho para que só ele conseguisse ouvir.
- calma baixinha. _ disse ele no mesmo tom me dando um beijo no canto da cabeça.
- hey . _ um dos homens que estavam atrás de nós gritou chamando nossa atenção. olhou para traz, apertou mais minha cintura e começou a andar mais rápido, eu não entendi o porquê, mas mesmo assim o acompanhei.
- então é por ela que você não quis sair ontem ? _ disse o segundo homem me deixando confusa, conhecia eles?
- que lindo o casalzinho apaixonado. _ disse o primeiro homem alto atrás de nós.
tira a mão de minha cintura e agarra minha mão entrelaçando nossos dedos.
- calma ai cara, vamos conversar. _o primeiro homem disse parando ao meu lado.
- vamos parar um pouquinho aqui, vamos trocar uma idéia. _ o segundo homem disse parando em nossa frente nos impedindo de andar. Gelei completamente quando senti a mão do primeiro homem passar pelo meu cabelo.
- não encosta nela. _ disse entre os dentes apertando mais minha mão.
- calma cara, agente só ta apreciando a beleza da sua namoradinha. _ o segundo homem disse se aproximando de mim, dei um passo para trás colidindo com o outro homem que me abraçou. Em um movimento rápido empurrou o homem fazendo-o cair no chão.
- qual é cara, ta nervoso por quê? _ o segundo homem perguntou o empurrando.
- eu disse pra vocês ficarem longe dela. _ respondeu furioso.
- calma , nós nem começamos a mexer com ela. _ o primeiro homem disse ainda no chão, em seguida agarrou minha mão e me puxou me fazendo cair em seu colo. Cai no colo daquele sujeito o sentindo fungar em meu pescoço, respirei fundo deixando uma lagrima escorrer pelos meus olhos.
- deixa ela em paz, é a mim que vocês querem. _ disse me puxando para cima de novo.
- nós? Nós não, quem te quer é o Bryan. _ o segundo homem disse se aproximando de mim, me passou para trás de si na intenção de me proteger.
- é , viemos apenas dar o recado, mas achamos coisa melhor. _ disse o primeiro homem que em um movimento rápido me abraçou por trás me tirando do chão e me carregou em direção à viela.
- ! _ o gritar vendo levar um soco certeiro na cara, eu não conseguia mais controlar minhas lagrimas, estava apavorada.

Quando chegamos à viela vi que era mais escura do que eu havia pensado me deixando ainda mais com medo, o tal homem me colocou no chão e me prensou em uma parede atrás de mim, ele fungou novamente em meu pescoço, fazendo com que mais lagrimas caíssem.

- ei, não precisa chorar, vai sei bem divertido. _ disse ele passando suas mãos ásperas pela minha cocha.
- para, por favor. _ pedi em prantos, mas ele não atendeu meu pedido subindo suas mãos para meu quadril.
- fica calma gata, vai ser legal. _ disse ele segundos antes de começar a beijar meu pescoço.
- ... _ sussurrei totalmente apavorada.

Minutos depois chegou correndo e acertou em cheio um soco na cara do homem que me agarrava fazendo o cair no chão atordoado, se não estivesse ali me segurando eu cairia no chão, eu estava tão apavorada ao ponto de não sentir mais minhas pernas.
- . _ me chamou baixinho fazendo com que eu encarasse seu rosto sangrando.
- ... Você está sangrando. _ eu disse tão baixo que pareceu mais um sussurro, levei uma das minhas mãos ao seu rosto, vendo fazer uma cara de dor.
- vem... vamos embora. _ disse ele tentando me fazer andar, mas eu não conseguia. então passou seus braços por de trás das minhas pernas me pegando no colo.

Quando estávamos quase saindo daquele lugar horrível, foi cercado pelos dois homens que vieram pra cima dele, me derrubando de seu colo me fazendo bater a cabeça em uma parede. Minha visão estava ficando turva, mas mesmo assim consegui ver que brigava com os dois sem parar, as vezes ele era acertado em cheio, mas logo se recuperava e partia pra cima deles, minha vista escureceu derrepente trazendo consigo uma forte dor de cabeça, fechei os olhos na tentativa de passar a dor, quando abri os olhos novamente, senti uma luz piscando machucando minha vista, junto com a luz vinha um barulho ensurdecedor que logo reconheci como uma sirene de um carro de policia, tentei levantar minha cabeça, mas ela doía de mais pra isso.

- ... _ ouvi a voz de me chamar de longe, abri os olhos e vi que seu rosto estava próximo ao meu.
- você está bem? _ perguntou ele levantando-me fazendo com que eu ficasse de pé.
- ... _ sussurrei com a voz falha, sentindo a dor na minha cabeça aumentar, levei minha mão até o ponto onde doía mais e senti um molhado, olhei para minha mão vendo um liquido escuro escorrer, mas não consegui identificar.
- meu deus você está sangrando. _ disse desesperado me pegando no colo me fazendo aproximar daquela luz.
- chamem uma ambulância. _ ouvi uma voz desconhecida gritar.
Segundos depois a imagem do que havia acontecido mais cedo me veio à mente a tona, fazendo com que a dor em minha cabeça aumentasse o dobro fazendo com que minha vista ficasse turva novamente.
- , por favor... Fica comigo. _ ouvi a voz de chamar seguida de leves tapas em meu rosto. Eu queria responder mais minha voz não saia, a única alternativa que vi foi agarrar seu braço com toda a força que eu ainda tinha e então eu apaguei.

()

A chamei sentindo-a agarrar meu braço, mas segundos depois ela desmaiou me fazendo entrar em desespero, os enfermeiros chegaram tirando ela dos meus braços, tentei impedir, mas naquele momento eles pareciam mais fortes do que eu. Assim que tiraram ela das minhas mãos a colocaram na maca, vendo ela naquela maca com a cabeça sangrando me fez sentir uma culpa horrível, era por minha culpa que ela estava naquele estado. Meu corpo doía tanto, minhas pernas não respondiam mais os meus comandos, desabei no chão de joelhos sentindo lagrimas involuntárias caírem. Eu estava chorando por ela.

Quando finalmente minhas lagrimas diminuíram, levantei do chão e entrei na ambulância onde ela estava, sentei em um banco ao seu lado e fiquei encarando seu rosto inchado (devido às vezes que ela chorou naquele dia), era por causa dela que eu não atendi aos pedidos de Bryan, e é por minha causa que ela está aqui.

- Eu já sei o que fazer pequena, você vai poder ter sua vida tranqüila de volta. _ eu disse fazendo carinho em seu rosto.
- cuida bem do , ta? _ pedi e dei um beijo em sua testa.

Continua...

Hey babys!
tudo bem com vocês? bom espero que sim :)
bom, primeiramente quero me desculpar pela demora desse capitulo, eu realmente tentei postar mais sedo, mas os trabalhos da escola não me deixavam.

espero que vocês tenham gostado desse capitulo :)
ah! mais um aviso, eu não sei quando vou poder postar capitulo 11 ( que já está sendo escrito), porque vou mudar e tals, mas calma ele sai ;)
éh chega de falar...
me segue lá no twitter lá vou avisar quando tiver um capitulo novo e tudo mais sobre o blog :)
kiss kiss for you ♥

2 comentários:

  1. perfeito posta mais, eu acompanho o blog desde o primeiro capitulo e amoooo

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    1. OMG! Flavia, muuuuuuuuiiitooo obrigado.
      você não sabe o quanto isso é importante pra mim, obrigado mesmo ~emocionada~

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